Comentários e o ranking do Oscar 2021
Não há pandemia que me impeça de dizer VERDADES sobre o Oscar. Embora este perfil corneteiro esteja há mais de um ano sem pisar no cinema por conta desta bactéria filha da puta, deste micróbio do caralho, Freddie Mercury (e não o Ramy Malek) me ensinou que “the show must go on”. Então, chegou a hora do momento mais aguardado por ninguém além de mim mesmo: o de falar sobre o Oscar que acontece no próximo domingo, dia 25.
Claro que para que o show de atrocidades que eu digo aqui pudesse acontecer, fomos obrigados a adotar métodos pouco ortodoxos e nada republicanos para cumprir a missão anual de ver TODOS os filmes do Oscar. Assim, eu queria fazer um agradecimento especial a quem patrocinou e tornou esse texto possível. Um obrigado especial a Barba Negra, Calico Jack e Barbarossa. Nunca esquecerei do que vocês fizeram para que o sonho fosse possível.
Do lado de Hollywood parece ser um Oscar totalmente aleatório e esquisito. Cheio de filmes nada a ver. Tem um filme sobre o The Voice europeu, tem filme indiano, tem a melhor adaptação live-action de uma animação da Disney (e que não foi feita pela Disney, logo só eu vi), tem comédia escrachada, tem filme de massinha, tem filme “wannabe Jacques Cousteau”. E tem filme que você não veria nem se fosse pago. Mas em nome dessa lista, eu me forcei a ver. Tem estas coisas todas e não tem “Hamilton” porque essa Academia ficou preocupada com filigranas e tecnicalidades que não cabem no mundo moderno. Coisa de quem chupa manga com luvinhas e guardanapo né.
Pelo menos entre os indicados a melhor filme, manteve-se um certo nível. Tanto que a nota média do CornetaStats se manteve semelhante ao ano passado: 8,12. Senti falta de “Destacamento Blood” e/ou “Uma noite em Miami” nesta lista. Mas ok, desde que “Os 7 de Chicago” não vença está valendo. Adoro o Aaron Sorkin e nem é um filme ruim, mas este ano é dele o prêmio “Spotlight” de filme que nem deveria estar concorrendo a melhor filme.
Mas deixemos de enrolar. Tal qual um Karatê Kid, chegou a hora da verdade. Vamos aos meus votos. Lembrando que aqui não é quem eu acho que vai ganhar. É em quem eu votaria se a cédula chegasse na minha casa. O que eu sempre defendo que deveria acontecer. Mas ao invés do envelope do Oscar eu recebi mesmo o envelope do censo. Que tristeza.
FILME — Nosso apoio geral e irrestrito vai para “Nomadland”, o melhor dos oito indicados, seguido bem de perto, cabeça a cabeça, com “Mank”, vencedor do Prêmio Corneta Ballon D´Or Awards de Melhor Filme de 2020. Ficaremos muito felizes se “Bela Vingança”, “o som do silêncio” e “Judas e o Messias Negro” vencerem. Será simpático se der “Minari” ou “Meu pai”. Só não inventem de premiar “Os 7 de Chicago”, por favor. Aliás, registro para a posteridade, eu sonhei na terça-feira que “Mank” ganharia o Oscar. Inclusive, eu escrevia num arquivo de word no computador a seguinte frase: “Em cerimônia marcada por polêmicas, Oscar premia a metalinguagem de “Mank”. Se eu acertar, passarei a fazer consultas de tarot, leitura de borra de café e astrologia a partir de segunda-feira. Se eu errar, bom, quem acredita em premonições? Era só um sonho.
ATOR — É uma pena que não possamos distribuir este ano dois carecas dourados. Eu queria muito dar este prêmio póstumo a Chadwick Boseman e vai ser legal se ele ganhar. Porém, o meu voto mesmo vai para o Anthony Hopkins, pois, como diria o Bruno Henrique, seu trabalho em “Meu pai” é OUTRO PATAMAR.
ATRIZ — Aqui eu queria dar três carecas dourados para Viola Davis, Carey Mulligan e Frances McDormand. Como eu não posso ficar em cima do muro, meu voto vai para Frances, porque ela está magistral em “Nomadland”.
DIRETOR — Levanta dessa cadeira Chlóe Zhao e vem receber o seu Oscar que eu quero ver a inscrição “Da diretora vencedora do Oscar” no pôster de “Eternos”, da Marvel. Não tem jeito, “Nomadland” ganhou meu coração.
ATRIZ COADJUVANTE — Eu não sei o que a Glenn Close faz aqui. Dizem até que ela pode ganhar, mas “Era uma vez um sonho” é tão ruim que poderiam nos poupar de lembrar dele. Gosto da Maria Bakalova, talvez seja o que tem de melhor no “Borat”, gosto muito da Olivia Colman em “Meu pai”, mas gostaria de ver premiado o trabalho de Youn Yu-jung, pois ela é a alma de “Minari”.
ATOR COADJUVANTE — Aqui temos uma aberração, pois o Lakeith Stanfield tinha que estar concorrendo ao prêmio principal. Afinal, ele é o protagonista de “Judas e o Messias Negro”. De qualquer forma, são cinco trabalhos muito bons. Fechei o olho e votei no Daniel Kaluuya porque “I am…. a REVOLUTIONARY”. Ou nem tanto.
ROTEIRO ADAPTADO — Com a segurança de quem desconhece as obras pregressas, meu voto vai para “Meu pai”. Com menção honrosa para “Uma noite em Miami”.
ROTEIRO ORIGINAL — Aqui, fiquei dividido entre dois filmes, mas meu voto vai para o “Bela Vingança” e peço desculpas para “O som do silêncio”. Mas prometo compensá-lo até o fim deste texto.
FILME ESTRANGEIRO — Temos aqui cinco filmes bons. Mas aquele que ganhará o meu voto da melhor categoria do Oscar é a Bósnia com o seu “Quo Vadis, Aida?”. Dizem, porém, que o “Druk” vai ganhar. Tenho todo o respeito pelo Vinterberg, mas é o pior dos cinco filmes concorrentes.
ANIMAÇÃO — Aqui não tem nem o que pensar. “Soul” tem que levar de lavada. Embora eu goste de “Dois irmãos” também. O resto é absolutamente esquecível.
DOCUMENTÁRIO — Sem grandes dúvidas, meu voto vai para a Roménia, com seu “Colectiv”.
Agora vamos ao momento máximo da minha gato mestrice. As CATEGORIAS TÉCNICAS:
FOTOGRAFIA — Aqui o meu Oscar vai para Joshua James Richards por “Nomadland”.
MONTAGEM — Eu disse que eu ia te compensar né, “O som do silêncio”? Taí o teu Oscar.
TRILHA SONORA — Vamos de “Soul” porque a trilha sonora é muito boa e harmoniza muito bem com o filme. E porque, vocês sabem, boicotaram “Hamilton”.
FIGURINO — Aqui vamos contrariar a lógica do filme de época e seus babadinhos e dar o prêmio para “A voz suprema do Blues”.
DIREÇÃO DE ARTE — Vou alinhar com “Meu pai” porque o trabalho da direção de arte aqui é fundamental para a construção da história.
CANÇÃO ORIGINAL — Na ausência de “Hamilton” eu vou votar em “Husavik (My Home Town)” por quatro motivos. 1) Ela é bonita. 2) Será engraçado ver um filme sobre a Eurovisão ganhar um Oscar. 3) A cantora Molly Sandén atinge notas impossíveis, de quebrar copo de cristal. 4) Essa música tem um refrão em ISLANDÊS. Como não votar numa música em que 20% é em islandês?
EFEITOS VISUAIS — Não acredito que eu vou ter que votar em “Amor e monstros” por pura falta de opção. Mas é isso. Sem Marvel na jogada e com “Mulan” e “Tenet” não sendo exatamente grande coisa, os monstrinhos deste filme ruim acabaram levando o meu voto.
MAQUIAGEM E CABELO — Meu lado cabeleireiro acha que “A voz suprema do Blues” tem que ganhar.
SOM — Não tivesse “o som do silêncio” aqui eu dava meu voto para “Greyhound”, mas ai não tem jeito.
Assim, eu distribui quatro carecas dourados para “Nomadland”, três para “Meu pai” e dois para “o som do silêncio”, “Soul” e “A voz suprema do Blues”. “Minari”, “Judas e o Messias Negro”, “Bela Vingança”, “Quo Vadis, Aida?”, “Collectiv”, “Festival Eurovision da Canção: a saga de Sigrit e Lars” e “Amor e monstros” ficaram com um. E eu não dei nada para “Mank”! O que eu fiz de errado? Será que “Mank” é aquele jogador que é muito bom em tudo e não é o melhor em nada? Fica a questão.
Para fechar, vamos ao sempre polêmico RANKING do Oscar:
1- “Nomadland” (“Nomadland”)
2- “Mank” (“Mank”)
3- “Quo Vadis, Aida?” (“Quo Vadis, Aida?”)
4- “O som do silêncio” (“Sound of metal”)
(Os filmes acima estão classificados para a Copa Libertadores)
5- “Bela Vingança” (“Promising Young Woman”)
6- “A voz suprema do Blues” (“Ma Rayne´s Black Bottom”)
7- “Destacamento Blood” (“Da 5 Bloods”)
8- “Judas e o Messias Negro” (“Judas and the Black Messiah”)
9- “Shaonian de ní” (Shaonian de ni”)
10- “Uma noite em Miami” (“One night in Miami”)
11- “Meu pai”(The Father”)
12- “Minari” (“Minari”)
(Os filmes acima estão classificados para a Copa Sul-Americana)
13- “O homem que vendeu sua pele” (“The man who sold his skin”)
14- “Colectiv” (“Colectiv”)
15- “Soul” (“Soul”)
16- “Druk — mais uma rodada” (“Druk”)
17- “Os 7 de Chicago” (“The Trial of the Chicago 7”)
18- “Crip Camp: Revolução pela inclusão” (“Crip Camp”)
19- “Dois irmãos — uma jornada fantástica” (“Onward”)
20- “O tigre branco” (“The White Tiger”)
21- “Greyhound: na mira do inimigo” (“Greyhound”)
22- “O céu da meia-noite” (“The Midnight sky”)
23- “Relatos do Mundo” (“News of the world”)
24- “Time” (“Time”)
25- “Tenet” (“Tenet”)
26- “Festival Eurovision da Canção: a saga de Sigrit e Lars” (“Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga”)
27- “Borat — fita de cinema seguinte” (“Borat Subsequent Movie Film: Delivery of Prodigious Bribe to American Regime for Make Benefit Once Glorious Nation of Kazakhstan”)
28- “Estados Unidos vs Billie Holliday” (“The United States vs Billie Holliday”)
29- “Pieces of a Woman” (“Pieces of a Woman”)
30- “Agente duplo” (“El Agente Topo”)
31- “Rosa e Momo” (“La Vita davanti a sé”)
32- “Professor Polvo” (“My Octopus Teacher”)
33- “Pinóquio” (“Pinocchio”)
34- “A caminho da lua” (“Over the moon”)
35- “Shaun, o carneiro: o filme — a fazenda contra-ataca” (“A Shaun the sheep movie: Farmaggedon”)
36- “Emma” (“Emma”)
37- “Era uma vez um sonho” (“Hillibilly Elegy”)
(Os filmes abaixo foram rebaixados para a segunda divisão)
38- “Wolfwalkers” (“Wolfwalkers”)
39- “Mulan” (“Mulan”)
40- “Amor e monstros” (“Love and Monsters”)
41- “O grande Ivan” (“The One and Only Ivan”)