As melhores e as piores séries de 2020

Marcelo Alves
5 min readDec 31, 2020

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Bob Odenkirk no papel de Saul Goodman em “Better Call Saul”

No ano de 2020, a única coisa que avançou foi o contador de episódios de série. Foram mais de 1.100 ao longo dos meses de pandemia. Sendo assim, e dada a ROBUSTEZ de series vistas por este que vos tecla, o mega conglomerado Corneta Inc. resolveu lançar a primeira edição do Golden Cornetemmy Globe de melhores series e minisséries do ano.

Ao contrário, do Corneta Ballon D´Or Awards, tradicional prêmio da indústria cinematográfica com os 30 melhores filmes do ano e cujo resultado será divulgado amanhã, dia 31 de dezembro, o Golden Cornetemmy Globe premiará as 15 melhores séries e minisséries que tenham começado e encerrado entre o primeiro e o último dia do ano corrente.

Mas não enrolemos mais. Vamos ao top-15 de 2020:

1- “Better Call Saul” — A quinta temporada da série é a grande vencedora deste ano e que colocamos aqui apenas para repetir que “Better Call Saul” é melhor que “Breaking Bad”.

Jonas passou a terceira temporada inteira de Dark sem tomar banho

2- “Dark” — A terceira e última temporada desta série alemã que explodiu cabeças e foi brilhante do início ao fim.

3- “Lovecraft Country” — A primeira temporada da série criada por Misha Green que, mostra que, parafraseando Sartre, os monstros são os outros.

Esses dois não sabem se comunicar

4- “Normal People” — Uma linda jornada de Marianne e Connell que só durou 12 episódios basicamente porque eles não sabiam se comunicar.

É muito sofrimento para um Mark Ruffalo só

5- “I know this much is true” — Quanto sofrimento, Mark Ruffalo? Quer um abraço? A vida é mais fácil quando se é o Hulk.

6- “A amiga genial” — A segunda temporada só manteve lá no alto a qualidade desta série italiana baseada nos livros de Elena Ferrante.

Lina, Lenu, Mando e Baby Yoda. Que quarteto!

7- “The Mandalorian” — Como não amar o Baby Yoda? Como não amar uma segunda temporada tão maravilhosa? Como não amar aquele final? Obrigado, Jon Favreau, Dave Filoni e todos os demais envolvidos.

8- “We are who we are” — Oito horas lindas de “Me chame pelo seu nome”, agora com adolescentes, concebidas pelo diretor Luca Guadagnino. E ainda tem imagens da Itália, o que eleva a qualidade de qualquer produção.

Jovens fofinhos na Itália, adultos marrentos em Londres

9- “Gangs of London” — Grande série em que todo mundo vale menos do que uma moeda de três libras. E ainda tem excelentes e bem cruas cenas briga.

10- “Defending Jacob” — O Capitão América se meteu numa cilada aqui, mas será que o menino é mesmo o assassino?

11- “The Last Dance” — Era para ser um doc sobre o Chicago Bulls, mas acabou sendo um desnude de Michael Jordan, mostrando a sua verdadeira face.

Quem é mais vilão? Jacob, Jordan ou Charles?

12- “The Crown” — Praticamente o “Gangs of London” que toma chá e pratica polo. A quarta temporada manteve o bom nível da série e acabou com todo o capital positivo que o príncipe Charles havia conquistado na terceira temporada. Saiu quase tão vilão quanto a Tatcher, até porque é impossível ser mais vilão do que a Tatcher.

13- “Homecoming” — A segunda temporada estrelada pela Janelle Monáe focou em outro aspecto do universo e conseguiu ser ainda mais interessante do que a primeira.

Janelle, os suecos e Cate Blanchett

14- “Califado” — Série sueca muito interessante que retrata como organizações terroristas aliciam jovens, especialmente imigrantes, da Suécia para lutarem por suas bandeiras e praticarem atos terroristas.

15- “Mrs. America” — Cate Blanchett é tão boa no que faz que conseguiu me convencer a odiar ela nesta série sobre a ativista conservadora Phyllis Schlafly e que também fala sobre a luta de mulheres por direitos iguais nos Estados Unidos dos anos 70 do século passado.

E agora vamos ao prêmio Cachorro-quente com Purê de piores series e minisséries de 2020:

1- “13 reasons why” — Eu teria mais do que 13 razões para defender que esta série nunca deveria ter passado da primeira temporada. Mas eles insistiram e foram até a QUARTA, superando todos os limites possíveis de ruindade.

2- “Cursed: a lenda do lago” — Olha, a intenção era boa. Eu tenho todo respeito pelo Frank Miller, mas…. é tão ruim que conseguiu roubar o segundo lugar de uma certa série espanhola.

3- “La Casa de Papel” — Eu tenho também inúmeros motivos para dizer que esta série nunca devia ter passado da primeira temporada. Tudo nela é péssimo, tudo é ruim, tudo é pavoroso. E criou um trauma. Eu não vejo mais produções espanholas que não tenham o selo do Almodóvar.

4- “The Rain” — Esta série dinamarquesa sobre um mundo pós-apocalíptico em que a humanidade foi sendo dizimada por um virus (qualquer semelhança é mera coincidência) nunca foi grande coisa, mas a terceira e última temporada superou as expectativas. Ainda bem que acabou. Não aguentava mais o chorôrô de Rasmus e Simone.

5- “Drácula” — Eram só três episódios. Tinha tudo para dar certo. O primeiro foi bom, o segundo foi ok, até que veio o terceiro. E a gente começa a ver o Drácula usando Tinder para beber sangue. E fazemos a grande pergunta: Quem aprovou este roteiro? Quem aprovou o bordão maroto/cafajeste: “Eu não bebo… (pausa dramática)… vinho”? Por que ele precisava ser repetida o todo tempo? Esta série enterrou o Drácula por mais alguns anos. Vão ter que fazer o reboot com retcon lá para 2025.

Então é isso. Amanhã eu volto com os 30 melhores filmes do ano.

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Marcelo Alves
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Written by Marcelo Alves

Jornalista e doutorando em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias pela Universidade Nova de Lisboa. Aqui escrevo sobre cinema, música e cultura em geral.

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